Feridas, dores e depressão: paciente revela sequelas após ter glúteos deformados por biomédica em procedimento estético
Biomédica Lorena Marcondes Reprodução/Instagram A paciente que teve os glúteos deformados após um procedimento estético realizado pela biomédica Lorena M...

Biomédica Lorena Marcondes Reprodução/Instagram A paciente que teve os glúteos deformados após um procedimento estético realizado pela biomédica Lorena Marcondes, em Divinópolis, relatou uma série de sequelas físicas e emocionais que ainda enfrenta. O caso aconteceu em abril de 2023 e resultou na condenação da profissional, que pode recorrer da decisão. O g1 tenta localizar a defesa da biomédica. Segundo os laudos médicos anexados ao processo, a vítima ficou incapacitada para o trabalho por mais de 30 dias e teve deformidade permanente nos glúteos, com cicatrizes visíveis mesmo um ano após o procedimento. A região necrosou e apresentou infecção cutânea, exigindo internações no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte. A paciente, que trabalhava como nail designer em Nova Serrana, afirmou que precisou fechar o negócio por não conseguir permanecer sentada por longos períodos. Disse ainda que passou a evitar roupas jeans, praias e piscinas por vergonha de usar biquíni e mostrar as marcas deixadas no corpo. Além das dores físicas, ela relatou ter desenvolvido depressão e precisou iniciar tratamento psiquiátrico. “As feridas afetaram minha autoestima. Tive medo de morrer", declarou no processo. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Centro-Oeste de Minas no WhatsApp Paciente foi enganada, diz sentença De acordo com a sentença, Lorena apresentou à paciente um procedimento chamado “pump de glúteos”, que supostamente retiraria celulites e daria firmeza às nádegas. No dia do procedimento, a profissional pediu que a vítima se deitasse de costas e olhasse apenas para frente, impedindo que visse o que estava sendo feito. Nos autos, consta que a paciente “tinha certeza que Lorena usou cânulas, pois sentiu muita dor e teve a sensação de que algo penetrava profundamente o músculo da nádega”. Mesmo pedindo a interrupção, Lorena teria debochado e continuado o procedimento sem o consentimento da vítima. Quinze dias depois, as manchas roxas evoluíram para feridas que vazavam sangue e pus. As lesões se repetiam: começavam com dor e hematomas, depois estouravam e expeliam secreções. A paciente relatou que as feridas continuavam se abrindo e que gastava muito com tratamento psiquiátrico. Condenação Devido a esse caso, Lorena foi condenada pela 2ª Vara Criminal da Comarca de Divinópolis por lesão corporal grave e exercício ilegal da medicina. Conforme a decisão, publicada em 1º de julho de 2025, a biomédica deve cumprir 4 anos e 1 mês de reclusão em regime semiaberto, além de 8 meses e 5 dias de detenção em regime aberto. Ela também foi condenada ao pagamento de multa e terá os direitos políticos suspensos enquanto durar a pena. Para o juiz Mauro Riuji Yamane, os exames periciais confirmaram as sequelas permanentes. “No laudo, o perito concluiu que a ofensa resultou em debilidade permanente nos glúteos da vítima, sendo que, um ano após o procedimento, ela apresentava cicatrizes evidentes no local, configurando lesão corporal de natureza grave”, afirmou. Histórico de Lorena Marcondes Biomédica Lorena Marcondes é indiciada por homicídio doloso pela morte de Íris Martins O nome da biomédica Lorena Marcondes ganhou repercussão nacional após a morte da paciente Íris Martins, em maio de 2023, durante uma lipoaspiração realizada em sua clínica, em Divinópolis. A tragédia levou à interdição do local pela Vigilância Sanitária e à prisão preventiva da profissional. O caso ainda será julgado. Enquanto isso, ela segue em prisão domiciliar desde maio de 2024. Desde então, Lorena passou a ser alvo de outras denúncias por procedimentos estéticos realizados sem habilitação legal, sendo condenada em dois casos: Em fevereiro de 2025, ela foi condenada por deformar a boca de um modelo durante um preenchimento labial. Um mês depois, recebeu nova sentença por erro em um procedimento de harmonização facial, com indenização de R$ 565 mil a um paciente. VÍDEOS: veja tudo sobre o Centro-Oeste de Minas o